sexta-feira, 23 de julho de 2010

Longo voo II



Asas indomáveis, de elevados sonhos –

travessia num mar de vagas etéreas.
O céu ofusca a visão, que acredita ser tato.
Na fluida imensidão do querer,
A mão que arrisca o toque se perde.

Uma pena, a perder-se no azul
vagarosamente
dança ao som do descompassado vento.
E a mão, aberta, a esperar.

Gotas pesam a pena, delicada massa
que, insistente, mantém-se lenta na queda.
E a mão, aberta, a suar ansiedades.

A chuva encharca o que o voo deixou cair
e a dança se desfaz na queda suicida:

a pena, afogada, resta numa mão, fechada.


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