terça-feira, 1 de março de 2011

Quando os astros disserem Gêneses



Trágicos tentamos, na longa sorte do querer,

fazer do abraço o sempre da esperança.
Pois éramos esquecidos do Instante.

Fizemos da antiga mácula o deposto sentir
do que havia sido outrora memória frágil
de estilhaços de perdas vagas e fundas.

Sentimos, juntos, o que inexistente insiste
no vácuo do Agora, o que infringe a lei maior
do Universo, presente de completo infinito.

Destinos, cada um, perdidos no Espaço
errante entre mãos silentes de afetos
e de tatos gastos do frio vazio de nula órbita.

Mas quando, resolutos, meteoros cortarem o céu,
quando os astros disserem flores no campo azul
de trilhas abertas da gritante e viva aurora,

e regarem o Vazio com o fogo da gravidade,
e a última queda for o calar do Tempo, seremos,
novamente, o Nada, Um – desconhecidos

da Distância, ignorados do Zero Absoluto.
Seremos nós, unidos na matéria presente
no fogo: a Gênese infinda do mais puro Eterno.



5 comentários:

  1. Esse me lembra Marcelo Jeneci, mais especificamente a música "Por que nós?", o que me leva a crer que você deve escutar M. Jeneci. Está faltando um post aqui ou você mudou o nome de algum?

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  2. Havia um post mais recente, porém apaguei. E ainda vou conhecer Marcelo Jeneci.

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