domingo, 29 de abril de 2012

A gota de lábios



Nunca provei do vermelho que escorre
do leve de seus lábios. 
Mas pintam meus olhos, cegos das cores,
que, subitamente, sentem a sede de arco-íris.

Nunca provei do vermelho que inflama
a carne de seus lábios.
E num estranho sentir do Sol em cada solto sorrir,
desfaço-me em fagulhas de vontades, estalando suspiros.

Nunca provei do vermelho que toca
a carne de meus lábios.
É o maior dos sonhos que toma meu corpo – incandescido
e que mergulha no tinto etéreo do prazer.

Nunca provei do vermelho que embebeda
a carne de meus lábios.
Porém em vagas calmas e tormentas me encho
de desejo: oceano, vulcão e sangue.