"Senta-te ao
sol. Abdica
E sê
rei de ti próprio."
Ricardo Reis
Indiferentes ao chão que pisava,
meus pés calçavam a brisa do mar
a mergulhar em minha vista.
Guardando leves ondas e laranjas riscando as águas,
os olhos fechavam, já sabidos do caminho –
eternos na clara rota em calma passada.
Na profundidade maior do azul,
apenas a leveza transbordava som,
ressoando no curso onde minha alma fluía,
esquecida do peso, da terra, da espera e do agora.
A Vida trança barbatanas em meu corpo
e dança em cardumes que se pintam de sol,
brilhando pedaços de Infinito.
Onde sigo, sinto
e flutuo.