À Julianne Caribé
Cambaleando em passos tropeçados, em direção à porta. Uma cortante maçaneta se vestia de algemas para aquela estranha cadeia, de janelas convidando estrangeiras luzes para dentro. Aldo, num incontrolável desespero por conta dos passos dados pelo Fora-da-casa, fere-se ao tentar trancá-la. Nunca ele chegara tão perto da entrada. Sem esperar resposta, Fora-da-casa consegue vencer a navalha-chave que barrava o recado que o tapete dava nos dizeres “bem vindo”, colocado nos tempos de construção da fundação da casa. Estancando o sangue frio que avermelhava as mãos suadas de terror, Aldo arrasta-se nas sobras de sombras que restavam pela casa, acreditando, como criança a se cobrir dos pés à cabeça em sua cama numa noite chuvosa, estar protegido do que ele não vê. Não vira o rosto que invadiu, sem chaves ou campainhas, a casa. Perseguido por um medo sem face, íntimo e estranhamente tentador. Os olhos de Aldo buscavam Fora-da-casa, que se acobertava na luz extremamente forte que tomava a casa, como se as janelas tivessem se tornado varandas. Os olhos, sempre dilatados e receosos por conta da vida noturna da casa, queimavam no claro amarelo que definhava, cada vez mais, penumbras esgueiradas por frestas, cantos, quartos e vazios.
Mas estava escondido. Seguro. Nada o atingirá. Não havia como ser visto naquele último canto de seu lar, onde luz alguma chegou. Assim pensava Aldo quando, delicadamente, uma mão o toca no ombro. Dilatando temor, inação e fragilidade, Aldo olhava atentamente para Fora-da-casa, tentando (re)conhecer quem estava em sua frente. Mas uma estranha sombra encapuzava Fora-da-casa, única sombra que, agora, existia na casa.
Tomando a mão de Aldo, Fora-da-casa leva-o para a porta, fechada, afastando-se da entrada com alguns passos. Na maçaneta ainda se via o encrespado sangue seco de Aldo, capa que servia agora de proteção para que ele abrisse a porta. Hesitando passos num chão descalço de um homem antes trancado, Aldo segue, na tonteante luz que o ofusca, mas atrasa o passo seguinte. Olhando para trás, vê sua face desenhada em Fora-da-casa, que, expressando uma desconfortante melancolia, entra na casa, trancando-se.
tranca a porta que é ladrão...nunca se sabe o que eles podem roubar
ResponderExcluir^^
se eu entendesse bem de palavras,assim como esse pessoal das letras, eu pegaria um punhadinho e dedicaria a vc...algo assim...que te fizesse sair e ver o mundo =]
não tranca ngm la não...
"Sem querer eles me deram
As chaves que abrem
Essa prisão
E tudo ficou tão claro
O que era raro, ficou comum
Como um dia depois do outro
Como um dia, um dia comum..."
gostei do texto kra!
ResponderExcluirlouis vuitton outlet
ResponderExcluirlouis vuitton outlet
toms shoes
adidas yeezy
christian louboutin
hollister clothing store
coach outlet
oakley sunglasses
michael kors outlet clearance
louis vuitton
air jordan retro
gucci handbags
replica watches
jordan 8
oakley vault
cheap oakleys
coach factory outlet
toms outlet
ed hardy clothing
coach factory outlet
michael kors
michael kors handbags
tods outlet
louis vuitton outlet
michael kors handbags
nike air huarache
gucci outlet
coach outlet
ralph lauren polo outlet
adidas superstar
coach factory outlet
rolex watches
ghd hair straighteners
ray ban
ray ban sunglasses outlet
coach outlet
louis vuitton outlet
kobe shoes 11
retro jordans
20166.14wengdongdong