domingo, 23 de maio de 2010

Aguarde um momento



No olhar perdido, escalando paredes e tetos e buscando um eco numa linha muda, a procura do júbilo no happy end do roteiro pré-moldado e parado em silêncio e devaneio. Nem música ou gravação: o inesperado valsa ora com a esperança, ora com a impaciência – irmãs fratricidas –, desconcertando o homem no calar-se da linha. Ponteiros, girando na tontura do tempo, tornam a dança cada vez mais veloz. O braço já se cansa e a orelha insistentemente coça. Mas outra mão dá apoio. Outros ouvidos se agoniam na mudez, fronteira de duas vozes. E um fio interminável costura tatos na espera do toque, na espera de sussurros.



5 comentários:

  1. concertando....desconcertando desconcertos desconcertados...as vezes parece que está tudo fora de lugar...

    "segura na mão deus..." hauhauiahui ^^ te adoro.

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  2. "O amor comeu até os dias ainda não anunciados nas folhinhas. Comeu os minutos de adiantamento de meu relógio, os anos que as linhas de minha mão asseguravam. Comeu o futuro grande atleta, o futuro grande poeta. Comeu as futuras viagens em volta da terra, as futuras estantes em volta da sala.

    O amor comeu minha paz e minha guerra. Meu dia e minha noite. Meu inverno e meu verão. Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte"

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  3. Um único querer deixa que os momentos façam eternidade nas nossas vidas. Abs meu caro!

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